Читать книгу Tempo, o ancião recontando a história - Nestor Cobiniano de Melo Neto - Страница 9

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SE DECLARANDO À PARAÍBA

Eu sou todo Paraíba, Paraíba meu irmão, os meus paraibanos, meus avós também são, Paraíba nosso sangue, meu e de meus irmãos.

pra ela que declamo a verdade de seu torrão, por ela eu amo as raízes desse meu chão.

Minha gente valente, que não teme a furacões, terra seca e quente, as cabeças dos lampiões, cujas luzes ainda acendem em nossos corações. Para sempre se repita, entoando esse refrão: eu sou todo Paraíba, Paraíba meu irmão.

Nasci no interior, de lá sei as dores, os frutos que brotaram. Heroica é nossa história, vivemos de perca e vitória, no sertão, nosso condor.

No ínfimo de seus limites, vejo as dermatites, nas cotas,do bravo homem do interior, fazendo com suor a retórica, contra a máquina que boicota, seus passos fiéis ao penhor.

Do mais simples ao prodígio, filho teu que te conhece, jamais ele te esquece, mesmo a mil perigos, Paraíba, teu inimigo, é o sistema que apodrece.

Cantaram a Paraíba, em xote, xaxado e baião - estando bem inspirado, tratou de dar seu recado, Gonzaga, o rei do baião.

No passado tinha o querer de adulto, ao mesmo tempo um sonho infantil, até em pouco tempo tornar-se mais uma cidade do Brasil.

Tem o calor dessa gente, e do sol forte do sertão é a imagem de teu viver e do sentir do teu povão. Traz cada filho uma ou mais lembrança no tempo, do que viveu e viu quando criança, como parte de sua história, gravada em nossa lembrança.

Os vultos que tu criaste não foram em vão proclamados, foram homens distintos, por esta terra selecionada.

Esta terra é nosso berço e também nossa casa, se algum lugar se vive a paz, num outro se vive a guerra. Terra tão quente e boa faz dos teus um povo unido, faz de vós um povo forte, onde se tem como norte o destaque de lutadores.

Vive-se aqui em despedida, com filhos que vão e vêm, esses que pelo Brasil caminham ao futuro que vos convém.

A quarenta e dois anos foi o princípio, quando apenas era distrito, hoje, um sonho realizado, é um município.

Esta terra não é azul, também não é anil, é apenas um pedaço de um grande Brasil.

Cidade de poucos mitos, cada filho a ti se prende, quando ao menos se pretende guardá-la no coração.

Brejo dos Santos, teu espírito não é delito, nem tampouco um vulto, é uma imagem de luta, que para sempre estará escrita.

Teu canto de alegria, teu viver quieto e curto, traz a nós, em vez de luto, sonho sem fantasia.

Brejo que tem no hino o retrato de seu viver, é um toque bem fino, o requinte sentir e querer.

Quando teus filhos contentes se agitam, juventude garrida, teu povo, fazem de ti raio de sol a brilhar de novo.

Tempo, o ancião recontando a história

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