Читать книгу Tempo, o ancião recontando a história - Nestor Cobiniano de Melo Neto - Страница 17

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NEGROS NAVIOS

O povo de uma terra distante se foi errante! Fora só consigo, por isso, vários erros do juiz mercante, que ao invés dos seus, penalizava o negro, de maneira errante.

Daquela terra distante e tão bela, só se viam velas para perseguir, eram tantas velas e as caravelas, pesadas vinham ungir.

Feito prisioneiros ao fundo de mil cargueiros, vinham cumprir pena, de quê? Aqui.

Essa terra nossa tão maravilhosa, e para eles nunca hospedeira, ao ver o erro fora à derradeira forçada a desistir.

Foi dado um grito de alerta, ao mundo daquele povo, que por ser tão novo, andava sem identidade, e foi, na verdade, o mundo do tráfico, do traficado.

Podes crer, é verdade, África, Brasil, povo quer liberdade.

Aquele tempo, cruel e sangrento, era um grande tormento a dar fim à alegria de um povo inocente, que canta e dança, e exigia do mundo, do juiz, ainda mercante, sua soberania.

Nos horizontes o poeta via o negreiro arar o mar, flutuava espumas, produto do arado, sofrido pelo mar.

Apesar de perverso o oceano chorava em prantos de silêncio e dó, como se em ungido expressasse que estava a cansar.

No Novo Mundo chegava aquele povo, forçado e sem sentido, e onde quer que esteja o que mais queria era em casa poder estar.

O Novo Mundo foi cruel, violento e teimoso, os seus milhares de defeitos faziam dele um mundo gagá, ainda hoje, os seus repetidos atos fazem de si, o mundo mais gagá que existe.

Tempo, o ancião recontando a história

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